Pular para o conteúdo principal

Como NÃO explicar uma extinção em massa



Texto por: João Victor Pereira, David Leiroza, Luisa Gonçalves e Artur Espindola

Você já se deparou com uma pergunta do tipo “Como os dinossauros se extinguiram?” ou “como uma extinção pode matar tantos seres vivos?” Aprenda a não responder errado.

    Uma prática muito comum hoje em dia é a da vasectomia. Parece ser algo relativamente recente que se desenvolvera com a ascensão das tecnologias. A vasectomia aparentemente é uma prática extremamente velha e perigosa, podendo ter sido um dos fatores da extinção dos dinossauros. Nesse caso ela não teria sido feita por médicos, mas sim com o aumento da temperatura no final do cretáceo que fez com que a temperatura ótima para o desenvolvimento das gônadas fosse ultrapassada e, como sabemos que os grandes répteis eram de fato grandes, ficaria difícil dissipar todo esse calor acumulado. Além disso, outra coisa que também é comum ao ser humano e aos dinossauros é o uso de plantas com substâncias psicoativas, muitas vezes gerando overdose. Sim, as plantas que florescem (angiospermas) começaram a aparecer no final do cretáceo (coincidência?), plantas essas que conseguiam produzir substâncias tóxicas as quais os dinossauros ainda não haviam aprendido a habilidade de identificar, causando overdose e consequentemente, pela falta de policlínicas, centros de pronto-socorro, hospitais, etc., sua morte, corroborando sua extinção.
    Parece absurdo, mas estas hipóteses foram propostas no Século XX e ganharam prestígio no seu tempo. A ciência como um todo trabalha com estudos que se baseiam em evidência, seguindo uma metodologia básica e visando a reprodutibilidade de experimentos. Não é difícil olhar para estas hipóteses e fazer perguntas de partes que não se conectam o suficiente para formar uma teoria. Como saber a temperatura ótima do desenvolvimento de gônadas de dinossauros? O final do Cretáceo teria sido tão quente assim a ponto de provocar tal situação? Como saber que os dinossauros tinham um paladar não aguçado? Será que o fígado deles realmente não dava conta das substâncias tóxicas? Tecidos com baixo potencial fossilizador são difíceis de serem estudados. E os outros táxons que se extinguiram, isso aconteceu da mesma maneira? Inclusive nos organismos marinhos? Impossível. 
    Hoje em dia, estudos amparados em evidências e que possibilitaram posteriormente muitos e muitos outros estudos, permitiram propor a hipótese que coloca o impacto com um asteroide ou cometa há 65 milhões de anos e suas consequências como causa principal da extinção K-T. Toda a grande extinção tem uma gama de causas e consequências que atreladas fazem de um possível desastre uma grande extinção de fato. Uma epidemia que dizima uma espécie inteira não chega aos pés do que uma grande extinção pode representar em termos taxonômicos, mas a epidemia atrelada a outros fatores pode sim contribuir para uma extinção em massa. A história da vida tem sido marcada por eventos pontuais de extinção em massa e é importante que saibamos lidar cientificamente em cada caso. 
Figura 2 - Pintura de John Martin descrevendo o apocalipse (Foto de: WIKIMEDIA COMMONS)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dor e consciência, existe alguma conexão entre elas?

                                                                                                                                                      Fonte: Engin Akyurt Por : Cristiano Sikorski e Fabio Kimura Todas as pessoas - ditas “normais” ao menos - já sentiram dor uma vez na vida. Na infância o terror era ir ao dentista, pois se sabia que ia doer. Já pensou se pudéssemos parar de sentir essa sensação desagradável? Muitos poderiam pensar que seria uma maravilha. Mas, na verdade, ela existe para indicar que algo está errado no nosso corpo e que necessitamos tomar alguma providência. Imagine o seguinte: você está com cárie, mas não sente dor. Em um sistema normal a dor funcionaria como um alerta, mas, neste caso, você não está sentindo nada. O que poderia acontecer? Provavelmente não iria nem perceber que tem cárie, ocasionando a perda do dente e uma grande infecção, o que não seria nada agradável.  Mas nem todos os seres vivos sentem dor, pois é uma resposta que

Por que os orientais possuem olhos puxados?

                  Kim Taehyung, cantor sul-coreano eleito o homem mais bonito de 2017 Alguma vez essa pergunta já passou pela sua cabeça? A verdade é que o Brasil é um país de todos os povos, e há uma grande incidência de orientais e descendentes que adotaram este país como seu lar. Ao longo dos anos, nosso contato com a cultura e com as pessoas “do outro lado do mundo” foi ficando maior, e questionar-se sobre o motivo de termos olhos tão diferentes acabou sendo inevitável. O que será que aconteceu para que a espécie humana de uma determinada região tenha adquirido uma característica tão indicadora de sua ascendência? Acontece que o que hoje vemos como um mero detalhe - os olhos mais puxados - um dia já teve total diferença para aqueles povos.     Primeiro vamos perceber que não são todos os orientais que possuem essa característica, certo? Definimos como Oriente a porção a leste do nosso globo, uma divisão criada durante a crise do Império Romano que vai acabar

Tucano-toco, pra que um bico tão grande?

Por : Gabriela Vilvert Vansuita e Lucas Takinami Amaral Sato                         Autor desconhecido                                  Em dias muito quentes, nós, humanos, transpiramos, ficamos ofegantes e eventualmente procuramos uma sombra para descansar. Você já se pergu ntou por que isso acontece? Talvez você já tenha ouvido falar sobre o fato de que cachorros transpiram pela língua, ou sobre cobras e lagartos serem animais de “sangue frio”, e com certeza já viu algum animal, seja lagarto, gato ou ser humano descansando em sombras frescas em dias de sol intenso. Mas para qu ê? Claro que isso gera uma sensação de bem estar, como se você tivesse escapado de algum mal, como se aquela sombra debaixo da árvore tivesse acabado de salvar a sua vida. Vamos ver que esse bem estar pode ser propiciado por algo maior, mais complexo e extravagante (às vezes mais bicudo) do que uma sombra fresca. Todas as situações acima descrevem diferentes estratégias que os animais possu