Por: Lucas Garbo
Uma de muitas paisagens que encontramos nos dias de hoje | Autor desconhecido.
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Existem diferentes tipos de plástico, e o tempo de decomposição varia entre eles, mas todos eles possuem, no mínimo, 100 anos para serem totalmente reciclados do ambiente. Isso acaba gerando uma problemática ambiental gigantesca, fazendo com que cientistas no mundo inteiro busquem soluções alternativas para essa questão.
O politereftalato de etileno (ou PET, para os mais íntimos), é utilizado para servir bebidas, na maioria das vezes, sejam elas refrigerantes ou sucos. Por esse fato, é um dos tipos de plástico que mais gera resíduo. De acordo com o jornal britânico The Guardian (matéria disponível aqui), 20.000 garrafas PET são produzidas por segundo. E fica pior. De todas essas garrafas sendo produzidas, menos da metade é destinado para a reciclagem, e dessas que vão, apenas 7% são transformadas em novas garrafas.
Para onde vai todo esse lixo então? Estima-se que todo ano, entre 5 e 13 milhões de toneladas entram pelas comportas do oceano. Grande parte dessa poluição é ingerida pelos seres marinhos. Já existem alguns estudos que dizem que já estamos comendo plástico indiretamente, provindo da carne de peixes e outros seres marinhos. Uma pesquisa feita pela Fundação Ellen MacArthur estima que em 2050 o peso de plástico do oceano irá se igualar ao dos peixes (caso queira ler mais sobre, basta clicar neste link). De fato estamos diante de uma problemática gigantesca.
Aumento da produção anual global (em bilhões de toneladas) ao longo do tempo | OurWorldinData (disponível em https://ourworldindata.org/plastic-pollution).
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Foto de microscopia eletrônica da bactéria. Observe os prolongamentos comunicantes que elas possuem | Fonte: Grupo de pesquisa que descobriu a nova espécie.
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Esse tipo de pesquisa é muito interessante pois mostra que muitas vezes alguns problemas da sociedade conseguem ser diminuídos com o uso da incrível ferramenta humana denominada ciência. Grande parte da problemática do lixo plástico PET poderia ser mitigado com o uso de uma bactéria encontrada em uma usina de reciclagem no Japão. É claro que isso ainda é uma utopia, mas na medida do possível, é algo que podemos e devemos tentar atingir. É por essa e outras razões, que entende-se a necessidade de continuar com investimentos na ciência. Afinal, parece ser a melhor maneira para que a sociedade humana possa se desenvolver sustentavelmente.
Referências
RITCHIE, Hannah; ROSER, Max. Plastic Pollution. 2018. Disponível em: <https://ourworldindata.org/plastic-pollution>
YOSHIDA, Shosuke et al. A bacterium that degrades and assimilates poly (ethylene terephthalate). Science, [s.l.], v. 351, n. 6278, p.1196-1199, 10 mar. 2016. American Association for the Advancement of Science (AAAS)
TANASUPAWAT, Somboon et al. Ideonella sakaiensis sp. nov., isolated from a microbial consortium that degrades poly(ethylene terephthalate). International Journal Of Systematic And Evolutionary Microbiology, [s.l.], v. 66, n. 8, p.2813-2818, 1 ago. 2016. Microbiology Society. http://dx.doi.org/10.1099/ijsem.0.001058.
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